Executivos internacionais visitam fazendas de algodão na Bahia para avaliação do setor

Representantes de indústrias têxteis de países como China, Índia, Paquistão, Bangladesh, Vietnã e Turquia estão no Brasil para observar de perto as fazendas de algodão e entender o processo de produção da fibra brasileira por meio do projeto “Missão Compradores”. Na última terça-feira (5), o grupo visitou uma propriedade e as instalações da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), situada no Oeste da Bahia, uma das áreas mais importantes para a produção nacional. Organizada pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), com apoio da ApexBrasil e da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), a missão conta com 20 participantes. Os seis países representados lideraram 84,9% das exportações brasileiras de algodão na temporada 2024/25. Durante a visita à Fazenda Sete Povos, em São Desidério, os visitantes tiveram a oportunidade de conhecer cerca de 15 mil hectares de algodão cultivados na safra atual, além de tecnologias e práticas sustentáveis utilizadas pelos produtores locais. Marcelino Flores, proprietário da fazenda e uma das figuras mais antigas da região, enfatizou o reconhecimento da capacidade técnica brasileira na agricultura: “É muito gratificante, pois no Brasil, considerado um país de terceiro mundo, eles podem ver o nível de profissionalismo que temos. Isso nos enche de orgulho”, afirmou. Shailesh Patil, representante da Índia, elogiou as fazendas e a fibra produzida no Brasil, destacando o potencial de crescimento da cotonicultura no país: “É minha primeira visita às fazendas brasileiras e estou impressionado com a qualidade do algodão. O Brasil tem um enorme potencial de produção”, comentou Patil. De perspectivas semelhantes, Sophie Su, da China, ressaltou o esforço dos produtores brasileiros: “Esta é minha segunda visita a fazendas aqui e é inspirador. Vimos o empenho dos agricultores brasileiros e apreciamos muito isso”, opinou Su. Segundo dados da Abrapa, em 2024, o Brasil exportou aproximadamente 2,68 milhões de toneladas de algodão em pluma, sendo que, antes do fim de julho, já haviam sido negociadas 2,69 milhões de toneladas. Gustavo Piccoli, presidente da entidade, reforçou que a tecnologia e as práticas sustentáveis adotadas em todas as escalas de produção são diferenciais do algodão brasileiro: “A Missão Compradores, que está em sua nona edição, é de grande importância neste momento, pois o Brasil se tornou o maior exportador mundial de algodão no ano passado. Nosso produto é o que mais possui a certificação BCI e outras certificações sustentáveis, essenciais para o mercado internacional”, explicou. Ele também destacou a rastreabilidade do algodão brasileiro: “Temos um algodão altamente rastreável, do início ao fim do ciclo de produção, atendendo às demandas atuais dos compradores”, acrescentou. Alessandra Zanotto Costa, presidente da Abapa, destacou que o projeto fortalece a confiança dos consumidores na qualidade do algodão brasileiro: “A Bahia tem se sobressaído, e nosso foco vai além da quantidade, buscando sempre a qualidade. Nosso algodão representa sustentabilidade, história, cuidado e valor agregado, refletindo o compromisso do produtor com a excelência”, afirmou. A Missão Compradores começou em Mato Grosso, passou pela Bahia e seguirá para Goiás, Distrito Federal e encerrará no Rio de Janeiro. Os interessados podem acompanhar e sugerir pautas seguindo o Canal Rural Bahia no Instagram.